Na última terça-feira (01/03/2011), fomos pegos de surpresa ao sermos informados da publicação de uma matéria na revista Magazine do jornal O Globo, encomendada por alguns representantes do 3º período de nosso curso. Nela os alunos em questão realizaram um “raio-x” da atual situação de nosso campus. Contudo, observou-se que tal atitude dita “em nome dos interesses dos alunos de medicina de Macaé”, apresentou-se de uma maneira totalmente unilateral e tendenciosa. Assim, reservamo-nos ao direito de expor esta nota de esclarecimento sobre o ocorrido.
Primeiramente lamentamos muito o fato – é óbvio que estamos passando por várias dificuldades para conseguir efetivar a implantação de nosso curso com o mínimo de ônus para as primeiras turmas, e temos plena consciência de todos os sofrimentos, medos e ansiedades envolvidas por conta disso, uma vez que também os sentimos em nossa própria pele. Contudo, nada justifica a atitude tomada pelo grupo.
Há de se ter em mente que é natural haver divergência de opiniões quando se trata de atuar em grupo, e que isso faz parte da construção de um todo. Entretanto, agir de maneira isolada e fazer uso do nome de nosso curso, publicando um artigo totalmente parcial, que não condiz com a visão de todo o corpo discente é no mínimo um desrespeito aos esforços de todos aqueles que têm se empenhado por melhorias em nosso campus. Não houve nenhum consentimento, nem assembléia alguma que sustentasse o direito do 3º período de se impor como porta-voz do curso.
Não queremos dizer que não há espaço para visões ou maneiras diferentes de tratar do mesmo problema, nem negamos ao grupo em questão o direito de lutar pelo que acha ser o melhor caminho, mas é preciso que se tenha claro um ponto: foi um erro o fato dos alunos do 3º período, isoladamente, agirem como se correspondessem à vontade de todo o nosso curso. Quem lhes outorgou esse direito?
O CA existe para que possamos debater, pensar e agir em conjunto. E pergunta-se: onde estão os representantes do 3º período? Por que não há um envolvimento destes nos assuntos do CA? A resposta é dada pelos próprios integrantes: “O CA é pró-Macaé”.
Sobre isso, vale a reflexão: que incoerência há em ser a favor do local onde estamos? Quando dizemos “a favor”, não nos referimos a ser concordante com tudo que aqui se passa, mas sim visualizar este campus com os olhos de quem está “acrescentando um tijolo a cada dia”, com a consciência de que estamos moldando este curso e de que somos pioneiros de um projeto grandioso que só dará certo mediante ao nosso suor, nossa voz e nossa determinação. Sendo assim, afirmamos que o CA está além de ser somente pró-Macaé: ele é a favor de todos aqueles que estão aqui por escolha, dos que fizeram deste campus o seu palco de luta, dos que não desistiram de fazer dele um local de excelência. Nós acreditamos em um campus capaz de se tornar referência , e mais: NÓS ESTAMOS LUTANDO POR ISSO!
Assim, a todos aqueles que estão de chegada no campus, clamamos que façam suas próprias reflexões sobre o assunto. Para aqueles que já fazem parte da paisagem diária do campus e que possuem convicção de que estão no lugar certo, convocamos-lhes a se juntar ao CA nesta batalha. Aos que sofrem e sentem que este é um destino cruel, oferecemos nossa solidariedade e desejamos que, não importa qual seja a sua escolha, sejam muito felizes onde quer que estejam ou em quaisquer caminhos resolvam trilhar.
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Por fim, lembramos: a Faculdade de Medicina do Fundão não é uma instituição de excelência só por possuir prédios, cadáveres e microscópios, ela é a melhor do Brasil por ser resultado de 200 anos de luta de pessoas comuns que desejavam torná-la esse referencial de formação médica. Assim, propomos uma reflexão final: “que passos estamos dando para os nossos ‘200 anos’?” E “como eu, aluno do campus Macaé, contribuirei para de fato construir essa história?“
"Nada a temer senão o correr da luta"